quarta-feira, julho 31, 2013

Domingo no parque



Eu não entendo muito o Garfield – não só o fato de lasanha ser o seu prato preferido mas sobretudo o fato dele odiar as segundas-feiras. Na boa, a segunda é um alívio, um respiro de sanidade mental e reconforto da rotina, o problema mesmo é o domingo, pé de cachimbo.
Domingos são o silêncio que antecede o esporro da semana, o dia que você pensa em todos os pepinos que deixou pendurados (afinal sexta à noite já é fds, seu lindo). Domingos têm gosto de cabo de guarda-chuva, preço a ser pago por um sábado inesquecível.

E quando você cria a coragem para pisar com toda a leveza de um elfo no chão – pessoalmente eu me sinto como um celular carregando até chegar a esse ponto –, o impacto traz à tona a dor de cabeça. [Ai]. E se domingo é o dia que deus tirou para descansar, é o dia que nós, reles mortais, tiramos para arrependimentos e promessas. Promessa de que não vai nunca mais achar que tem 18 anos e beber todos os 53 tipos de álcool do casamento. Arrependimento de pular a janela pra entrar em casa pra não fazer barulho. Promessa de que a partir de hoje, você é uma pessoa sensata e que vai dar total controle do seu celular à sua melhor amiga depois da segunda caipirinha. Arrependimento de tudo o que você mandou por mensagem às 4h da manhã para indivíduos de qualidades duvidosas.

Se a lógica cartesiana diz que o pensamento nos qualifica como seres humanos, eu não existo no domingo. A ordem do dia é evitar todo tipo de atividade física, incluindo descer as escadas. Exceções se aplicam quando o assunto é comida e, é claro, tirar o gelo da fôrma pra colocar na coca-cola.
Interações sociais são proibidíssimas – ao vivo e a cores, então, nem pensar. Whatsapp ainda vai; pros mais próximos que já sabem que blábláblás inúteis são intoleráveis, zero paciência. Aceito bafões e mesmo assim têm que ser muito bons. Telefonemas? Em casos muito específicos, cujos temas são emergenciais/WTF. Exemplos: “tá vivo(a)?”, “o que foi que aconteceu ontem?” e, eventualmente, “oi, você sabe quem é essa pessoa na minha cama?”.

Considerando o cenário caótico, a melhor coisa a se fazer é:

1.       Ir pra casa se você não estiver em casa (francamente, esse é o pior pesadelo de todos, contrariando dois dos meus princípios: 0 esforço físico & interação social para com o mundo);

2.       No eventual caso de se estar acompanhado, aconselho o uso dessa frase mágica que aprendi com uma amiga: “Então, você quer um café antes de ir embora?”. Hashtag fica a dica.

3.       Se você está, com a graça de deus, sozinha na sua cama, peça um McDonald’s por internet (sim, isso é possível!) e vá lavar a ressaca moral no banho. De preferência gelado.

O problema mesmo acontece quando você foi dormir linda e loira às 22h de sábado e acha que tem que aproveitar o domingo com os amigo tudo. Aí, neguinha, a sua segunda vira domingo e você levanta querendo lasanha.


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