sexta-feira, fevereiro 14, 2014

[Você e eu somos um] Caso Sério


Quando as coisas apertam aqui no trampo, eu penso em você. Não sei bem se isso ajuda ou piora a situação; cresce a expectativa do nosso próximo encontro e a minha boca enche d’água. Pensar em você me acalma e deixa irriquieta ao mesmo tempo. Quero que o dia passe rápido, mais rápido do que tudo, pra te ter nas minhas mãos. Porque aí a pressa se dissipa e já me contento de saber que você está ali, me esperando. Já passamos por algumas decepções e eu odeio quando isso acontece. Quando acho que você está em casa e não te encontro, dá um nó na garganta, uma vontade de chorar. Às vezes saio, vou pra rua. Confesso que, ocasionalmente, o intuito é te procurar por aí. Mas às vezes também fico com raiva de mim e dessa necessidade física da sua presença na minha vida – me rendo à cerveja.

Mas hoje eu não quero brigar com você. Não, quero primeiro ficar te olhando, assim de longe, de rabo de olho, com frio na barriga, antecipando o momento que com toda a solenidade de um ritual íntimo, vou tirar a sua roupa. Devagarinho. E sentir o seu gosto. Gosto esse que provoca euforia. Eu culpo a tal da endorfina, a sua densidade, intensidade.

Ansiedade controlada, nem sempre acabo com você. Gosto de te guardar para depois, de sentir a sua falta. Qualidade ganha de quantidade mas isso depende do dia, do vento e da lua. Já fui sua dependente. Química, mesmo. Já chorei quando terminamos e padeci de saudade. Mas eu volto, sempre volto, porque a nossa história é longa e você, meu cúmplice. Quantas noites passamos os dois juntinhos, vendo um filme? Na rua, na chuva, na fazenda. Nas viagens, nas mudanças, nas situações dificéis. Você é meu até eu enjoar.

Você me escorre por entre os dedos, me bagunça, me deixa com sede. E não adianta vir com guaraná pra mim, porque é você que eu quero beber. Meu preto, meu marrom-bombom, meu chocolate do dia-a-dia. Único companheiro fiel e mudo nas minhas terríveis TPMs.   

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