segunda-feira, setembro 12, 2011

Murder on the dance floor


Meus amigos muitas vezes reclamam que eu não saio. Ou melhor, eles reclamavam que eu não saia com eles. Não é porque eu não gosto deles, até porque se fosse isso, eles simplesmente não seriam meus amigos.
O fato é que eles gostam da night, balada ou qualquer outra palavra estúpida para designar boates. Mas essa não é a minha Praia (Thor, eu perco o amigo mas não perco a piada, sorry). Hoje em dia então os meus amigos preferem não gastar saliva e sim o dinheiro deles, sem mim, em caixas.

E antes que alguém diga "ah, mas como é que você diz que não gosta se você nunca vai?!". Pois bem, o post de hoje é sobre algumas das (muitas) peripécias numa selva noturna de chapinhas e saltos, red bulls e vodkas, leleskes e leskitas. E eu.

Uma noite, por exemplo, para evitar de pegar fila, resolvi chegar cedo. E dentro da boate já tinha uma louuura, de cabelo escorrido, mas tão escorrido, que eu tenho certeza que se a boate chegasse a criar um micro-clima e chovesse lá dentro, o cabelo ia ficar igualzinho. Isso foi antes da escova inteligente. Até aí, tudo bem. Mas não é que essa rapariga (a ler com o sotaque português ou nordestino, a interpretação cabe a vocês) me olhou da cabeça aos pés e me deu uma ombrada?! Meio atordoada, olhei em volta: éramos 8 pessoas na boate. Contando com os seguranças da porta. E aí eu entendi: a competição é grande e os fracos não têm vez. "Game on, bitch" foi a conclusão. Eu preferi responder com um "Miau!" e deixar pra lá.

Até porque vamos combinar que o cara frequentador de boate em Ipanema não é lá o meu príncipe... O approach vou-passar-minha-cerveja-gelada-nas-suas-costas-que-é-pra-ver-se-tu-gama não me encanta e as mesas/territórios dos machos-alfa marcados por garrafas de Absolut e Red Bull também não fazem parte do meu conto de fadas.

Continuando: depois de alguns bons drink, tive que ir ao banheiro. Com medo de sofrer um outro "ataque", preferi mingle e seguir a primeira regra do universo feminino: "Sempre vá ao banheiro com pelo menos uma amiga". Éramos 3. Depois de 23 minutos contados no relógio, desviando das chicotadas capilares da menina na frente, chegou a minha vez.

Drop
drop
drop
*Alívio*

Enquanto esperávamos a nossa amiga, resolvemos ficar do lado de fora pra não superlotar o toalete. Além do que eu já tinha jantado todo um prato de cabelos pretos, não sobrou espaço pra degustar um fios-de-ovos na sobremesa. Foi quando, uma menina, claramente bêbada (opa, não sou eu, não falo tanto assim na 3a pessoa, sou egocêntrica demais), entra no banheiro e bate a porta na nossa cara. Agindo em conjunto, minha amiga chutou a porta que abriu que nem nas histórias em quadrinhos (aka BANG!) e eu gritei: "PEDE DESCULPA, PORRA!". Vocês acreditam que ela ainda teve a coragem de nos olhar horrorizada, como se ela fosse a educada e nós as mal-educadas?!

Enfim, voltamos para a nossa mesa. Na verdade eu fui fumar um cigarro. Nessas horas, ajuda. Quando eu volto, a minha amiga aniversariante (sim, vocês acharam mesmo que eu iria prum lugar desses assim, gratuitamente?) grita: "Vamos dançaaaaar, essa é a minha música preferidaaaaaaa!!!!!". Ainda bem que eu já tava meio bêbada porque eu não danço sóbria, um trance então....

(Taí uma coisa que eu não entendo: COMO É QUE VOCÊ CANTA A SUA MÚSICA TRANCE PREFERIDA?! Tum-tum-truuum-tun-tun-tuch?)

Graças ao bom deus o dia começa a raiar e eu faço a fila pra pagar. Mais 47 minutos. Paciência. Depois de ter pago a conta, estava do lado de uma amiga que ainda ia pagar. Um cara, mais baixinho do que eu (porém quase tão invocado), fala:
- Aí, na boa, você não vai furar fila não.
Eu retruco, ainda educada:
- Não, tá tranquilo, eu já paguei, ó (e mostrei o PAGO)
Ele: vira pra frente e fica me dando dedo!!! O do meio, sim. É um belo de um argumento. Não conto o resto porque eu desci do salto.

E ainda continuei mais alta.

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